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Afinal, o que são Cuidados Paliativos?

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Dra. Madalena Sampaio, especialista em cuidados paliativos, fala sobre esse assunto no texto abaixo. Segundo ela, cresceu a procura para entender melhor o que são Cuidados Paliativos, tanto pelos pacientes como por familiares que tiveram seus entes encaminhados pelos médicos para esse tipo de cuidado. Observando esta demanda crescente, a médica resolveu esclarecer as principais dúvidas nesta entrevista.   

# O que são Cuidados Paliativos?

Cuidado Paliativo é, segundo definição da Organização Mundial de Saúde (OMS), uma abordagem que visa melhorar a  qualidade de vida de pacientes e seus familiares no contexto de uma doença grave e ameaçadora da vida por meio da prevenção, do alivio do sofrimento, da identificação precoce e do tratamento impecável da dor e de outros sintomas e problemas físicos, psíquicos, sociais e espirituais. É uma forma ampla de cuidado, onde passam a ser alvo da atenção da equipe de saúde não só os pacientes, mas também seus familiares, onde são abordadas as causas de sofrimento, sejam elas de origem física, psicológica, espiritual ou social, pois entende-se que tudo que gera sofrimento interfere na forma de vivenciar a doença, afetando a qualidade de vida dos pacientes. 

# Quem, ou que doenças podem ter indicação de Cuidados Paliativos?

Pacientes que apresentam uma doença grave, progressiva e ameaçadora a continuidade da vida, tais como:

            Doenças oncológicas onde o tratamento curativo não foi possível, ou durante o curso do mesmo, para auxiliar no controle de sintomas.

            Doenças crônicas, onde os pacientes pioram progressivamente com o passar dos anos, cada vez com maiores necessidades de controle de sintomas e com menores possibilidades de intervenções que modificarão o curso da doença: hepatopatias, cardiopatias, doenças pulmonares e renais.

            Doenças neurodegenerativas, como as demências, Parkinson, sequelas graves de acidente vascular cerebral, entre outras. Esses pacientes apresentam piora gradativa, com perda de sua funcionalidade.

 

# Quando é indicado?

A OMS indica que os cuidados paliativos devem ser iniciados o mais precocemente possível, desde o diagnóstico da doença, e ocorrer de forma continuada em paralelo ao tratamento modificador de doença (tratamento com proposta curativa). Com a evolução da doença, a importância dos Cuidados Paliativos aumenta conforme as possibilidades de tratamento curativo diminuem, até que se torne a única terapêutica possível.

 

# O que é terminalidade? Paciente terminal?

É comum familiares me perguntarem: ele é um paciente terminal? Mas afinal, o que é um paciente terminal, ou estágio terminal de uma doença? Falamos que a terminalidade se inicia a partir do momento que não há mais medidas que irão modificar ou curar a doença em questão. Esse período é variável (dias, semanas, anos), dependendo do diagnóstico e das características pessoais de cada paciente. Nesse momento os cuidados paliativos passam a ser exclusivos e o foco do tratamento passa a ser o alívio dos sintomas e a melhora da qualidade de vida.

 

# Existem vários tipos de tratamento paliativo?

Cuidado paliativo não é um tratamento, mas sim uma forma de atender, uma abordagem onde o foco da atenção não é a doença, mas a pessoa a ser tratada. Isso é feito por meio da identificação das necessidades individuais de cada paciente, com um tratamento individualizado para aquela pessoa e para o sofrimento naquele momento. Assim, existem dentro dos cuidados paliativos vários tratamentos possíveis, para cada situação vivida, dependendo da fase da doença.

Em resumo, os Cuidados Paliativos têm indicação desde o diagnóstico de uma doença potencialmente intratável, no início, como apoio ao tratamento modificador de doença e, posteriormente, em caso de falha da terapêutica curativa, como tratamento exclusivo, para auxiliar paciente e familiares a vivenciar, com menor sofrimento possível, a evolução da doença e o processo de morte.

Espero que essas informações ajudem com as dúvidas mais comuns sobre o assunto, que tem se tornado cada vez mais presente em nossas vidas devido ao envelhecimento da população, o que resulta em um aumento das doenças crônicas.

 

Estamos à disposição para maiores esclarecimentos.

 

Dra. Madalena de Faria Sampaio

Médica de Família e Comunidade 

Especialização em Cuidados Paliativos pelo Pallium Latinoamérica

Médica Paliativista do Centro de Oncologia e Radioterapia de Londrina.

Médica da Equipe de Cuidados Paliativos do Hospital do Câncer de Londrina

Professora da disciplina de Cuidados Paliativos da Medicina da PUC Londrina

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