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Todo câncer é maligno?

Esta é uma dúvida comum em pacientes que recebem o diagnóstico da doença. A resposta para ela é sim, todo câncer é maligno. Mas, o que significa ser “maligno”? “De maneira bem simplificada, é a capacidade de gerar metástases ou infiltrar pelos tecidos do corpo. Existem tumores chamados ‘benignos’ que podem crescer até níveis perigosos, mas sua ‘benignidade’ é definida por não serem capazes de se espalhar para outros órgãos, ou seja, eles não são nem nunca serão câncer. Vale lembrar que existem tumores malignos (câncer) que, apesar de serem reconhecidos como tal, muito raramente causam metástases, como por exemplo, as neoplasias de pele que não são melanomas”, explica Dr. Bruno Pozzi, oncologista clínico.
Ele completa que o nome do câncer diagnosticado costuma ser bem complicado e ajuda muito pouco no entendimento para o paciente e o público leigo em geral. “Esta é uma das razões pelas quais não ficamos falando esses tipos de termos. Para o leigo, geralmente basta saber a origem da doença (se veio da mama, do cólon, pulmão, etc.) e não o nome e sobrenome da neoplasia. Muita gente se assusta entendendo que uma das nomenclaturas, o carcinoma, significa que a doença é mais grave, mas isso não é verdade”, esclarece.
Os nomes para o câncer servem para ajudar o especialista a entender de onde ele veio em um sentido celular, ou seja, uma linguagem do mundo da medicina. “O tumor veio de células de revestimento? É um carcinoma. Veio de glândula? É um adenocarcinoma. Veio de músculo ou osso? É um sarcoma. E por aí vai, em uma infinidade de alcunhas, uma mais complicada que a outra. Cada doença tem seu comportamento baseado em inúmeros fatores, mas seu local de origem e de que tipo de célula ele veio são muito importantes para definir como será a historia desta doença”, destaca.
Para finalizar, ele fala sobre a agressividade do tumor. “Existem maneiras de mensurar o quão agressivo é um tumor. Na oncologia, agressividade reflete o quão rápido as células de uma doença estão se multiplicando e não necessariamente se a chance de cura é menor ou maior. Como exemplo, os linfomas mais agressivos costumam ter mais potencial de cura que os menos agressivos. Tumores que aumentam rápido de tamanho geralmente tem células mais agressivas, e a recíproca é verdadeira”.
Em caso de dúvida, a orientação é sempre buscar o especialista que está acompanhando o caso e não perguntar a leigos ou ao famoso “Dr. Google” pois nestes canais o paciente pode encontrar informações equivocadas que em nada vão ajudar no tratamento.