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Sou resultado da estrada que eu tive

A frase de Adriana Croti resume bem a forma como ela vive, sente e encara a vida desde sempre. Coach de gestão das emoções por profissão, ela viveu na pele a experiência de gerenciar suas próprias emoções ao ser diagnosticada com câncer de mama no ano passado. Em uma consulta com seu ginecologista, ouviu dele que era preciso investigar melhor a mama após realizar os exames rotineiros de imagem. “No momento em que ele me disse que precisava investigar melhor, naquela hora tive a certeza de que estava com câncer, e naquele instante eu acolhi o meu câncer, agradeci, fiquei com ele mesmo, o abracei e não contei nada a ninguém até ter o resultado dos exames”, recorda.
“Pedi ao meu médico que me indicasse um mastologista e fui ao Dr. Bruno de Ricco.”Novos exames foram feitos, o diagnóstico foi confirmado e era preciso iniciar o tratamento. Para Adriana, passar por quimioterapia e ter que retirar a mama por completo era algo “desnecessário” em um primeiro momento. “E a gente brigou muito hein!”, conta com um sorriso no rosto. “Eu queria que a cirurgia fosse do meu jeito. Foi quando ele disse: a minha missão é salvar a sua vida, nesse momento uma luz acendeu dentro de mim”, recorda.
Contei a família e eles queriam que eu buscasse outra opinião. Mas era como se tudo tivesse que seguir esse caminho. “Não consegui horário nem retorno de nenhum outro médico no período, daí, durante uma meditação (Adriana medita todas as manhãs), eu disse a Deus que era para ele fazer do jeito dele, que eu estava entregando a minha vida para ele. Fui para a cirurgia, fiz mastectomia radical seguida de reconstrução e a minha mama ficou linda. Perfeita!”, exclama.
A quimioterapia era algo que Adriana queria ver bem longe, mas era parte do tratamento. “A ideia de fazer a quimio não me passava pela cabeça, sempre fui da linha da naturopatia, da homeopatia e foi muito pesado passar por ela”, diz. Consciente de que era preciso cuidar da saúde, ela começou as sessões sob os cuidados do Dr. Bruno Pozzi. O protocolo era que ela fizesse entre 4 e 6 sessões de quimioterapia. Depois de um período internada por conta de um distúrbio intestinal, Adriana se sentiu mais frágil e as reações estavam mais fortes a cada sessão. Na madrugada que antecedia a quinta quimioterapia, ela conta que acordou bastante angustiada e disse a Deus: “Senhor eu disse que não ia reclamar, mas eu queria pedir, não estou aguentando, que a minha vontade se torne sua e parem essas sessões de quimioterapia”. No dia seguinte, a grande surpresa foi ouvir o Dr. Bruno dizer ‘Vamos parar?’. “Senti Deus ali. Conversamos a respeito, tudo foi muito ponderado, analisado e estudado pelo Dr. Bruno. Decidimos fazer a 5ª sessão”, destaca.
E essa foi a última sessão do tratamento. “O Dr. Bruno cresceu muito na minha visão como médico, porque soube conduzir olhando o não só o tratamento, mas a mim também. Tenho enorme gratidão pelo Dr Bruno pois ele foi impecável, com seu jeito descontraído e direto, mas sem deixar de ser competente. Foi perfeito em tudo”, declara. Para ela, ele fez valer a frase que sempre disse no consultório e que agora ela leva consigo: “nada está escrito em pedras”, ou seja, tudo sempre pode mudar.
“Digo que sou abençoada em todo o caminho do câncer, desde que soube que existia a possibilidade de estar com a doença busquei mais ainda me conectar com o Criador. Com certeza o meu câncer tem ligação com o emocional e ele veio para a minha evolução espiritual. Me organizar também ajudou a passar pelo processo de quimioterapia. Tudo era muito planejado para que os dias pós quimio fossem os mais tranquilos, minimizando as reações”, afirma.
Quando o tratamento ficou pesado, ela se lembrou de uma frase impactante que ouviu do padre Mauro no curso de teologia. “Ele dizia que a gente tinha que fazer nosso 100% para que Deus também pudesse fazer Seu 100%. E eu disse que faria meus 100%, que enquanto eu abrisse os olhos pela manhã eu lutaria pela vida”, declara.
Palestrante, Adriana leva hoje a quem escuta suas palestras a experiência vivida, inclusive o fato de ter feito a sua própria gestão das emoções durante o tratamento. “Alinhei meu corpo com a minha mente, com meu espírito e fui recebendo essa graça, essa ajuda espiritual e percebendo a presença de Deus nessa ação”.
Para ela, é impossível viver esse processo sem mudar. “Mudei muito, desde a escolha da minha alimentação até a forma como vejo a vida e as outras pessoas”, resume. Da alimentação, ela passou a evitar ainda mais alimentos processados e embutidos. “Hoje vejo o alimento como algo que me dá vida e que me traz energia, ele é minha fonte de energia”, diz. A fé é algo que também se transformou. “Se eu já tinha fé e uma enorme confiança em Deus, isso cresceu de forma inexplicável, procuro estar conectada com ele, estou mergulhada em Deus, Deus está em todo o lugar”, garante. Para os outros, ela se abriu. “Hoje penso ainda mais em como posso ajudar as outras pessoas, olho para elas e pergunto isso, em que posso ajudar. Me tornei mais aberta às dores do outro”. Para fechar, ela fala sobre a própria vida: “Hoje aproveito a vida. Antes esperava uma ocasião especial para usar determinados objetos e roupas. Durante o tratamento, com meu corpo todo doido, brincava com Deus: ‘Deus, eu ainda tenho que esperar meu neto, ficar mais com meus filhos e amigos, passear mais e usar aqueles vestidos com etiquetas que ainda estão no armário”, brinca com bom humor.
“Hoje tenho um olhar de gratidão para todos os momentos, para cada sabor que sinto, para cada convite que recebo. Quero estar presente para todos os momentos, pois eles são um presente de Deus”, finaliza.