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Quimioterapia e seus efeitos colaterais

Só de ouvir a palavra quimioterapia, já vem a imagem dos efeitos colaterais deste tratamento que, em muitos casos, é fundamental para combater o câncer. De fato, muitos pacientes sentem o efeito da quimioterapia, que pode ser curativa, adjuvante ou paliativa. Cada paciente tem uma indicação, feita pelo oncologista clínico. Mas muitos são os compostos químicos que podem ser utilizados, cabendo ao especialista prescrever o melhor para aquele tipo de câncer e momento do tratamento.
Elencamos aqui os efeitos colaterais mais comuns, o que não significa que todo paciente terá todos estes efeitos. Há inclusive pacientes que passam pela quimioterapia sem estas intercorrências. Vamos a elas.
Queda de cabelo. Está é muito comum e geralmente ocorre logo nos primeiros ciclos do tratamento. Dificilmente o cabelo cresce de novo até o final do tratamento. Após o término, as raízes voltam a produzir fios normalmente. Não são todas as drogas que causam a queda de cabelos, mas uma parcela significativa causa esse problema. A maneira mais fácil de contorná-lo (especialmente para mulheres) são as perucas e lenços. Muitas pacientes, no entanto, não ligam para a sua calvície temporária, algumas mostrando orgulhosamente o sinal que estão enfrentando bravamente sua doença.
Náuseas/vômitos. Estes também são bastante comuns. O enjoo, o vômito e a indisposição podem ocorrer com frequência. A boa notícia é que a tecnologia de medicações para esse tipo de sintoma evoluiu muito e, por isso, o paciente recebe tais remédios antes de receber a quimioterapia e posteriormente continua tomando a medicação em casa, via oral.
A Inapetência costuma vir junto com as náuseas (afinal, não há como sentir fome ao mesmo tempo em que sente náusea). Parte do tratamento é controlar os sintomas descritos no tópico anterior. Outra parte é ter um acompanhamento de nutricionista, capaz de selecionar alimentos mais palatáveis para essa fase do tratamento e, se necessário, indicar uma suplementação para evitar a perda de peso.
Queda de imunidade. A redução de contagens de glóbulos brancos é quase universal nos pacientes em quimioterapia, mas essa queda por si só tem pouco impacto prático. O problema sério ocorre quando a pessoa com baixa imunidade desenvolve algum tipo de infecção. Nestes casos, orientamos o paciente a comunicar seu médico o mais rápido possível para que ele possa avaliar a situação. O tratamento é com antibiótico, a ser administrado o quanto antes. Vale lembrar que a imunidade varia muito de acordo com a época do tratamento. Alguns momentos têm menor risco, outros, mais. Importante frisar que tais complicações ocorrem em uma minoria das pessoas, mas é sempre importante saber o que fazer caso aconteça.
Mucosite. São lesões nas mucosas, geralmente na boca. Lembram feridas, tipo aftas, que podem ser bastante dolorosas. Também podem ocorrer em outras mucosas, como a nasal e a vaginal, ainda que com menos frequência. Nas lesões orais, tratamentos odontológicos especializados podem auxiliar no controle da dor ou até mesmo na prevenção para que a mucosite não aconteça (tratamento feito com laser, que precisa ser realizado antes e durante a quimioterapia). Analgésicos e antissépticos também ajudam.
Alteração na fertilidade. No homem, uma redução nos espermatozóides (ou piora de função); na mulher, a indução de uma “menopausa”. Isso ocorre com alguns tipos de remédios, podendo ser reversível em alguns casos e permanente em outros.
Independente de ter ou não este sintomas, o mais importante é saber que a quimioterapia é uma forte aliada no combate ao câncer e que encará-la como tal é uma maneira de passar por ela de forma mais leve.