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O câncer de rim

O câncer de rim ganhou os holofotes na semana passada por conta da novela “O Outro Lado do Paraíso”, onde a personagem Adriana é diagnosticada com a doença. O tumor de rim não é tão incidente como os tumores de mama e próstata, mas é fundamental falar sobre ele. “É importante esclarecer sobre a doença, a forma como os médicos dão os diagnósticos a seus pacientes e também o prognóstico. No mundo da ficção, muitas vezes essas informações não são claras, ou até mesmo errôneas”, diz o oncologista clínico Dr. Cassio José de Abreu.
Segundo o especialista, a novela errou ao mostrar que o médico titubeia antes de dar o diagnóstico. “A relação médico-paciente precisa ser a mais clara possível, as informações precisam ser prestadas a ele. Isso faz parte da ética da profissão, além de ser um direito do paciente”, pontua.
Sobre a doença, Dr. Cássio diz que há alguns sintomas que podem indicar a presença dela. “Em geral, os sintomas do tumor de rim são dor na região dos flancos (costas), presença de sangue na urina e massa abdominal palpável. Exames como ultrassonografia e tomografia computadorizada do abdômen são recomendados para o diagnóstico” acrescenta.
O tratamento, em geral, é cirúrgico. “O tipo de cirurgia que será realizado vai depender do estágio da doença. Há casos em que é preciso fazer a nefrectomia radical, que é a retirada total do rim e, em outros, quando o tumor é diagnosticado precocemente e tem tamanho menor que 4 centímetros, pode ser possível fazer a cirurgia parcial com a retirada dele com margem de segurança”, explica. A equipe que acompanha o paciente é quem definirá a melhor conduta. “O tratamento do câncer é sempre individualizado, muitos fatores são avaliados para estabelecer o tratamento que trará os melhores resultados para cada paciente”, frisa.
Sobre isto, Dr. Cassio acrescenta que o câncer de rim pode ter metástases, se espalhando para outras partes do corpo. “Para cada caso e diagnóstico haverá uma conduta médica. Mesmo nos casos em que a cura total não é possível, sempre há a possibilidade de usar medicações que bloqueiam os processos biológicos que viabilizam a proliferação da doença, inibindo o seu avanço”, pontua.
O especialista fala ainda sobre algumas dúvidas recorrentes dos pacientes. “Infecção urinária, pedra ou cisto no rim não são câncer nem se transformam em tumores malignos. Sempre que tiver sintomas é fundamental buscar um especialista para o diagnóstico correto”, esclarece.