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Ísis, 25 anos e um diagnóstico de câncer de mama

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“Vim para Guarapuava com minha malinha para passar 15 dias de férias em dezembro e ainda não voltei pra minha casa”. A frase da psicóloga Isis Fraiz é um resumo de como tudo mudou em 2018 para ela ao receber, com 25 anos, o diagnóstico de câncer de mama. Improvável, impensável, quase inacreditável. Mas real.

“A história é longa”, começa Isis. Ela mora atualmente em Belo Horizonte com o noivo Reinaldo, com quem namora há 8 anos. Ela sempre morou em Guarapuava e ele em Curitiba. Quando ela se formou em Psicologia, a empresa dele transferiu todos do setor para Belo Horizonte e eles foram juntos para Minas Gerais em 2017. “Em julho do ano passado, senti uma massa diferente na mama, pesquisei na internet, li que poderia ser algo relacionado à menstruação, esperei mais um pouco mas essa massa continuou ali. Fui a uma ginecologista, ela pediu um ultrassom e o resultado mostrou que não era nada. O tempo foi passando, essa massa cresceu e comecei a sentir umas fisgadas ao erguer o braço, pegar um peso. Como ia no fim do ano para a minha cidade e o ultrassom tinha mostrado que não era nada, deixei pra consultar com a minha médica em Guarapuava”, conta Isis.

Em dezembro, em novo ultrassom, o resultado veio como “suspeito”. Ela repetiu o exame e voltou a aparecer “suspeito” no laudo. “A minha médica pediu que eu buscasse um mastologista, era férias, foi difícil conseguir horário. Consegui um encaixe para o dia 2 de janeiro, primeiro dia que a mastologista estaria atendendo na volta das férias. Ela olhou para mim, olhou o exame e já agendou uma biópsia para o dia seguinte, vi que ela estava com pressa”, diz.

Isis fez a biópsia, tinha viagem marcada para a praia, e foi viajar após o exame já que o resultado demoraria alguns dias. “No dia 10 de janeiro ela ligou dizendo que o resultado estava pronto e era para ir lá. Fui com minha mãe Rocio e o meu noivo e ela começou a despejar as informações, disse que era câncer, que eu teria que fazer mastectomia e foi falando muitas coisas, mas eu estava em outra dimensão, nem olhava para os lados onde estava minha mãe e meu noivo”, recorda.
Novos exames foram realizados para que se pudesse fazer a cirurgia e uma nova surpresa. “Foi constatado que havia um nódulo na outra mama, era pequeno e não tinha como saber se era benigno ou maligno. Por eu ser nova e estar com câncer na outra mama, a médica sugeriu que eu retirasse também a outra mama. E foi o que fiz, mastectomia nas duas mamas, uma para retirar o câncer e a outra, profilática. Tive receio no início mas as médicas, tanto a mastologista como a cirurgiã plástica, conversaram bastante comigo e me tranquilizaram”.

Vencida a primeira etapa, Isis veio para Londrina, pois precisaria fazer quimioterapia. “Não queria fazer a quimioterapia de jeito nenhum, tinha muito medo. Quando cheguei ao consultório do Dr. Bruno, ele disse: ‘se fosse a minha irmã, eu faria a quimioterapia’. Ele me passou muita segurança, sou muito nova, tenho a vida toda pela frente. Assim, comecei o tratamento, foram 6 sessões”, conta.
Isis diz que tinha em mente uma imagem de pessoas muito debilitadas, sem os cabelos, sem poder fazer nada por conta da quimioterapia. De fato, o tratamento tem alguns efeitos colaterais, mas nem de perto era parecido com o que a imagem que estava na cabeça dela. “Não tenho histórico de câncer na família, nunca tinha passado por uma situação assim, quero ter filhos, tinha receio de perder os cabeços, a quimioterapia me assustava”, acrescenta.

Durante o tratamento, Isis usou a touca hipotérmica, recurso para reduzir a queda de cabelo, e com isso, teve a chance de preservar os fios. “Usei a bendita touca! Quem tiver oportunidade tem que usar, a autoestima é tudo. No começou foi difícil usar a touca gelada na cabeça, quase desisti, mas fui buscar ajuda e foi a melhor coisa que fiz. No fim, não tive nenhuma reação significativa da quimioterapia. Cada sessão a mais era uma sessão a menos, não era um bicho de 7 cabeças”, declara.

Na semana passada ela fez a última sessão de quimioterapia. Já está de volta a Guarapuava e quer retornar para Minas, onde mora. “Não vejo minha casa desde o ano passado. Agora é hora de recuperar o corpo, é vida que segue! Graças a Deus temos a Medicina, temos avanços e recursos como a touca. O que quero agora é voltar pra Belo Horizonte, vim para ficar 15 dias e estou aqui há 8 meses”, exclama.

A parte mais complexa do tratamento já finalizou. Isis começou o processo de reconstrução mamária, está com a prótese expansiva. Do tratamento, ela inda terá que seguir por mais 9 meses tomando um medicamento inibidor de proteína. De tudo o que viveu até agora, uma certeza ficou: “minha vida está sendo diferente e com certeza isso também aconteceu na vida das pessoas que me cercam. Tive muito apoio de todos, me senti muito amada, alcancei a luz no fim do túnel. Vivenciei tudo, a doença me transformou em uma pessoa melhor”.

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