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Cirurgia de câncer de ovário

A cirurgia para tratar câncer de ovário é um procedimento comum. “Ela é realizada de acordo com o quadro de cada paciente, no estágio inicial e em alguns casos, é possível tratar o câncer sem remover os ovários”, antecipa Dr. Rafael Sato, cirurgião oncológico.
Há dúvidas sobre retirar ou não ovários e trompas de forma profilática. Casos como o da atriz Angelina Jolie, que retirou as trompas de falópio e os ovários mesmo sem ter câncer, geram esta dúvida. “A atriz, como ela disse em entrevista ao The New York Times, tem uma mutação no gene BRCA1, que aumenta o risco de ter a doença. Por isso ela fez a cirurgia de forma preventiva. Mas este não é o protocolo para todas, é importante avaliar caso a caso para bem indicar o procedimento”, diz Dr. Rafael.
Como saber se você faz parte do grupo de risco? “Posso dizer que este é um dos tipos de câncer mais difícil de ser diagnosticado e, por isso, um dos mais letais, visto que os sintomas normalmente aparecem nos estágios finais. Apesar disso, a consulta regular com o ginecologista e a atenção a determinadas características ajudam a se detectar o problema antes de ele se manifestar”, alerta.
Dentre os sinais, o especialista cita: Idade (maior incidência após 40 anos), obesidade (IMC superior a 30), genética (ter mutações nos genes BRCA1 e BRCA2), fatores reprodutivos e hormonais (mulheres que não tiveram filhos, infertilidade e menopausa tardia), histórico familiar (parentes com câncer colorretal, no ovário e na mama).
Muitos perguntam se a remoção prévia dos ovários evita o câncer, e Dr. Rafael esclarece. “Assim como Angelina Jolie, outras mulheres podem fazer a cirurgia em função do risco e da gravidade da doença. Apesar disso, devo dizer que a medida profilática, denominada de ooforectomia, não oferece 100% de garantia, ela não nos dá a certeza de que o paciente está imune ao câncer. A evolução do tumor, inegavelmente, está condicionada a outros fatores, como a genética”, completa.
Há diferentes protocolos cirúrgicos em caso de câncer de ovário. Pode-se fazer a retirada de um dos ovários (apenas o afetado), retirar ambos (se os dois tiverem a doença) e também retirar a trompa de falópio. “Se o útero é mantido, a mulher pode engravidar por meio de inseminação artificial”, diz Dr. Rafael. Quanto tudo precisa ser removido, até o útero, não é possível mais engravidar.
Em casos avançados, outros órgãos podem estar comprometidos. “No estágio avançado, quando a doença já se espalhou pelo corpo, o cirurgião remove os órgãos atingidos ou parte deles, como baço, fígado e intestino”, finaliza.