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Câncer de pulmão pegou a todos de surpresa

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30 anos, não fumante, sem histórico de câncer na família. Estas eram as principais informações que Vanessa Vieira Evangelista tinha para relatar aos médicos, acompanhado de uma tosse que não passava após uma gripe. “Em março de 20174 tive uma gripe, melhorei e a tosse foi ficando. Minha mãe começou a pegar no meu pé. Um dia acordei com dor nas costas e tomei um relaxante muscular. A dor passou, mas voltou uma semana depois e fui a um pronto atendimento. Foi feito raio-x e não apareceu nada. Disseram que a dor deveria ser da tosse, pelo esforço. Dois dias depois tive uma falta de ar, fui a um ortopedista, ele examinou, disse que a dor poderia ser da tosse mas me encaminhou a um pneumologista para investigar melhor. Fiz uma tomografia a pedido dele e fui buscar um pneumo. No resultado, apareceu um nódulo no pulmão direito, o médico disse que não deveria ser nada, pelo fato de estar fora do grupo de risco, mas a tosse não melhorava. Até que disse a ele: ‘doutor, sei e espero que não seja nada, mas estou preocupada’. Depois disso ele disse que ia fazer o exame PET CT e no resultado veio a presença de células tumorais. Ele ficou sem palavras, todos os que me acompanhavam ficaram sem palavras”.  

Após essa peregrinação, Vanessa fez ainda outros exames que revelaram um câncer no pulmão. “Foi uma surpresa, não fumo, não tenho histórico de câncer, não estava em nenhum grupo de risco”, recorda. Após o susto, ela passou por uma cirurgia que tirou parte do pulmão e fez 16 sessões de quimioterapia. “A quimioterapia foi a fase mais difícil, fiquei muito debilitada. Mas apesar de todas as dificuldades, aprendi muita coisa, principalmente receber ajuda das pessoas. Vi que tem horas que a gente precisa disto e percebi que as pessoas se sentiam bem em ajudar, isso tornava tudo mais fácil para mim”, relata.

Após as sessões, um novo exame foi feito e mostrou que não tinham metástases no organismo, mas ainda haviam resquícios da doença no pulmão. Era a hora de começar as radioterapias. “Ouvir esta notícia foi muito difícil porque não imaginava que fosse precisar da radioterapia. Foi complicado. Mas depois que começaram as sessões (34 no total) está sendo tranquilo. Hoje faço a 17ª, está na metade”, conta.

Casada com André e mãe de Lucas, de 3 anos, Vanessa passou por mudanças neste período de tratamento. “Vejo que tinha uma Vanessa antes do câncer e outra depois. Cada dia que passa aprendo coisas novas com este novo olhar, fiquei mais sensível. Gostaria que ninguém precisasse passar por isso para ver assim, para dar importância ao que realmente importa” , revela.

Para ela, a sensação de estar perto da morte muda completamente o valor que se dá à vida. Além disso, leva a outros aprendizados. “É um dia de cada vez, e tudo vai passar. Foquei nisto”, conta.

Ao final da conversa, antes de fazer a fotografia para ilustrar este depoimento, mais uma revelação: “Vai ser a primeira vez que vou aparecer nas redes sociais sem lenço. Não que tenha sido difícil para mim perder os cabelos, mas nunca tive cabelo curto e é estranho me ver assim!”, ressalta. E com o sorriso no rosto e a coragem de dividir sua experiência, finalizamos o encontro. Parabéns pelo depoimento, pela força, pela fé.

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