Informativo
Câncer de próstata

Esse mês é o Novembro Azul. Seguindo a linha do Outubro Rosa e o câncer de mama, novembro é um mês em que o foco está na conscientização sobre o câncer de próstata. Mas por que falar sobre o câncer de próstata é importante?
Dr. Bruno Pozzi, oncologista clínico, destaca que esta é a neoplasia mais comum em homens (excetuando-se o câncer de pele). Em 2016, eram estimados mais de 60 mil novos casos da doença no Brasil. Em valores absolutos, é o quarto mais frequente. Os homens acima de 50 anos são os mais propensos a desenvolverem a doença.
“A grande maioria destes tumores surge e cresce de maneira muito lenta, podendo não se manifestar em vida nos homens que a apresentam. É por isso que ainda existem divergências quanto ao rastreio sistemático na população, focando-se principalmente em melhorar as informações que os pacientes recebem”, diz Dr. Bruno.
Ele destaca que as novidades na abordagem da doença são inúmeras. “Algumas pesquisas já mostram resultados cujo efeito na prática clínica estão muito próximos de nossa realidade. Outras pesquisas estão mais longe, porém não são menos importantes para nos dar uma idéia do que pode vir por aí”, pontua.
Na oncogenética, por exemplo, há múltiplas pesquisas para melhor entender as alterações genéticas ligadas ao câncer de próstata, permitindo um maior conhecimento do por quê ele se desenvolve. Estas informações também podem ajudar no desenvolvimento de medicamentos que sejam voltados para estas alterações, assim como auxiliar a detectar as pessoas com maior risco de apresentar a doença.
Em relação a detecção precoce, vários outros marcadores e testes são investigados como melhores alternativas ao PSA, o exame de sangue que atualmente é usado na investigação. “Talvez o mais importante seja definir quem são os pacientes candidatos a esse tipo de rastreio, evitando procedimentos desnecessários nos homens que tendem a apresentar versões mais brandas da doença”, afirma Dr. Bruno.
Nas linhas de tratamento, a imunoterapia é promissora, assim como em várias outras neoplasias. “Inibidores de checkpoint (que servem de estimuladores do sistema imune) e vacinas são pontos presentes em variados momentos das linhas de pesquisa (algumas vacinas inclusive ja são usadas nos Estados Unidos). Para o futuro, há também estudos em andamento que abordam a reprogramação genética das células imunes para atacar células doentes. Avanços no conhecimento dos tratamentos hormonais e quimioterapia seguem em ritmo acelerado”, informa o especialista.
Tanto a radioterapia quanto a cirurgia seguem evoluindo. “Estes tratamento estão cada vez mais focados, com melhor capacidade de planejamento, menor risco de efeitos colaterais, uso de robótica e métodos menos invasivos”, destaca.
Junto com toda esta tecnologia e conhecimento, vale seguir também o que já se sabe sobre prevenção, como adotar uma dieta rica em frutas, verduras, legumes, grãos e cereais integrais e com menos gordura, principalmente as de origem animal. Isto ajuda a diminuir o risco de câncer, como também de outras doenças crônicas não-transmissíveis. Neste sentido, outros hábitos saudáveis também são recomendados, como fazer, no mínimo, 30 minutos diários de atividade física, manter o peso adequado à altura, diminuir o consumo de álcool e não fumar.
Há muitas novidades quando se fala em câncer de próstata. “Algumas estão bem perto de virar rotina na abordagem da doença, outras, nem tanto. Mas estaremos sempre atentos e atualizados no que há de melhor para oferecer aos nossos pacientes”, conclui Dr. Bruno Pozzi.