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Câncer de ovário é de difÃcil diagnóstico

A maioria dos tumores malignos de ovário só apresenta sintomas quando em estágio avançado da doença. Justamente por isso, o diagnóstico deste tipo de câncer em geral se dá tardiamente, elevando a mortalidade em decorrência dele. Estimativas indicam que em 75% dos casos o diagnóstico é tardio.
Oncologista clínico, Dr. Bruno Pozzi destaca que os sintomas mais frequentes são aumento de volume abdominal, alterações na evacuação (diarreia ou constipação), massa palpável no abdômen, sensação de bexiga cheia (vontade de fazer xixi várias vezes) e dores difusas. “Como estes sintomas são difusos e só aparecem com o avançar da doença, o câncer de ovário é o tumor ginecológico com maior taxa de mortalidade. No ano passado, a estimativa é de que mais de 5 mil mulheres receberam o diagnóstico da doença”, cita.
Mas o que fazer então? A hereditariedade e a idade elevam as chances de desenvolver este câncer. “Mulheres acima dos 50 anos devem conversar com seu médico sobre as melhores estratégias de rastreio da doença, caso seja necessário”, orienta Dr. Bruno. Quando o exame de mapeamento genético aponta para risco elevado da doença, pode ser que haja orientação para retirar os ovários, glândulas e tubas uterinas como forma preventiva da doença, mas isso não é uma regra. “Infelizmente ainda não há um protocolo eficiente para fazer um checkup que leve ao diagnóstico precoce do câncer de ovário, estar atenta às alterações de trato fisiológico ou massa palpável no abdômen é importante para buscar exames que possam identificar a doença”, diz Dr. Bruno.
Ao contrário do que algumas mulheres possam pensar, a presença de cistos no ovário não tem relação com o câncer. “Os ovários policísticos não elevam as chances da doença”, diz o especialista.
O tratamento do câncer de ovário em geral envolve a cirurgia para a retirada do tumor e quimioterapia, que vai variar conforme o estágio da doença. Avanços no que se refere ao tratamento trazem novas possibilidades terapêuticas, como o uso de terapia-alvo e hormonioterapia. “Além da quimioterapia, existem os inibidores da CDK 4/6 que têm aumentado de maneira relevante a resposta ao tratamento. Os CDK são enzimas que contribuem para a divisão de células cancerígenas, favorecendo o crescimento do tumor. Justamente por isso, por atuarem diretamente no ciclo de crescimento tumoral, elas foram alvo de pesquisas recentes que levaram ao desenvolvimento de novas drogas que têm por função inibi-las. Quando indicadas isoladamente ou em conjunto com a quimioterapia, os inibidores da CDK 4/6 podem atingir resultados cada vez mais expressivos”, descreve Dr. Bruno. É um medicamento de uso oral que em geral é indicado após a quimioterapia ou em casos onde a doença encontra-se em estágio avançado.