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Bruna teve câncer aos 15 anos

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Há 15 anos, Bruna Tavares teve um câncer nos ovários. Na época, tinha apenas 15 anos. Ela conta que tudo foi muito rápido, do diagnóstico à cirurgia passaram-se apenas alguns dias. À época, não se falava muito em câncer, a associação com morte era recorrente e ela venceu todos estes obstáculos. Hoje é casada com Victor, mãe de dois filhos e celebra a vida.

“Descobri o câncer muito rápido, estava de férias e operei logo. Eu tinha um corrimento e colocava a minha calcinha para lavar no banheiro e sempre aparecia formiga nela. Minha mãe e minha tia imaginaram que pudesse ser diabetes porque tinha caso na família. Nisso, procuramos uma ginecologista na época. Ela foi me examinar, colher o material e no fim das contas o corrimento era um fungo porque eu vivia no clube, mas se não fosse isso eu não teria descoberto a doença”, conta.

Na consulta, a médica apalpou o abdômen de Bruna e de urgência a encaminhou para fazer um ultrassom. “Eu era bem magrinha, ela apalpou a minha barriga e pediu para eu fazer um ultrassom. Fui no mesmo dia e o médico do ultrassom me disse para voltar ao consultório logo depois do exame que a médica estava me esperando. Brinquei com a minha tia que não deveria ser coisa boa porque os médicos estavam esperando. Voltei na Dra. Maria Cristina e ela me disse que tinha um tumor de 17 centímetros e que eu precisava operar porque ele estava muito grande”, recorda.

Neste dia, Bruna estava com a tia e por isso retornou ao consultório no dia seguinte com a mãe, que ouviu o diagnóstico, mas ainda não se tinha a certeza de que era câncer. “15 dias depois fiz a cirurgia e quando fui tirar os pontos a médica contou para minha mãe que era um tumor maligno e que eu teria que fazer um tratamento. Todo mundo só chorava na minha casa mas ninguém me contava. No dia seguinte me contaram o diagnóstico. Era uma quinta-feira, minha mãe foi me ajudar a tomar banho e me contou que teríamos que ir em outro médico porque eu estava com câncer. Foi quando fui até a Dra. Laura (oncologista clínica)”, completa.

Começava a rotina de quimioterapia. “Eu tinha um cabelo muito comprido e ele caiu. Moro em cidade pequena, todo mundo ia saber que eu estava doente, não quis usar peruca, usava lenço mesmo. Chorava todos os dias a noite sem ninguém saber, nunca chorei na frente da minha mãe. Foi um período difícil. Eu ouvia que era linda e do dia pra noite fiquei careca, mas tive muito apoio dos meus amigos, no dia que raspei o cabelo os meninos da escola estavam todos de cabelo raspado, as meninas me davam lenço. Muita gente se solidarizava, dizia que estava fazendo orações por mim. Durante o meu tratamento, morreram duas pessoas na cidade que estavam com câncer e tinha medo que isso acontecesse. Além disso, tinha certeza que teria muita dificuldade de ter filhos. Quando engravidei, a minha medica até brincou e disse ‘como assim?!’. Eu estava terminado o acompanhamento da doença quando engravidei, ia completar 5 anos depois do câncer. Hoje tenho 2 filhos, a Manuela de 10 anos e o Guilherme de 4 anos”, relata.

15 anos depois, Bruna tem certeza de que a escolha do tratamento foi a melhor possível e a possibilitou ser mãe. “Foi tudo perfeito, tive um crescimento pessoal muito grande com tudo o que enfrentei, meu pai morava em Santa Catarina e vinha passar a semana comigo, foi muito bom estar junto este tempo. Vejo também que acertamos na escolha do tratamento (fazer a quimioterapia) que me permitiu ser mãe. Me trouxe muitos frutos. Tem que acreditar, acredito muito mais que as coisas são possíveis e que em tudo tem um lado bom, temos que tirar lição de tudo que vivemos”, finaliza.

 

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