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Boatos sobre câncer levam a erros de conduta

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O diagnóstico de câncer não é algo fácil de ser digerido. Os oncologistas sabem bem disso e também da dificuldade que pode vir a partir desta informação. Ocorre que por conta deste momento de “desespero” em que tudo gira ao redor e o mundo por vezes parece desabar, muitos pacientes acabam tomando direções que além de não ajudar, podem prejudicar o tratamento. “É muito importante que o paciente que está com câncer entenda que ele terá uma rotina de tratamentos prescrita pelo especialista. Esta conduta é individual, traçada para cada paciente, seu histórico, hereditariedade, tipo de tumor e estadiamento da doença. Da mesma forma que o tratamento é individualizado, todo o resto também o é. Se algo fez bem para o vizinho que teve câncer não significa que fará bem para o outro”, alerta o oncologista clínico Bruno Pozzi.

Ele explica que as células com câncer têm comportamentos diversos que são conhecidos apenas pelos especialistas. Até produtos naturais podem interferir no tratamento. “Não é porque é natural que pode ser usado sem conhecimento do médico. Tudo deve ser informado a ele. Algumas sustâncias podem acelerar o desenvolvimento do tumor, outras podem interferir nos resultados da quimioterapia, da imunoterapia. São muitos os fatores analisados que não podem ser sintetizados em uma simples busca na internet”, afirma.

Dr. Bruno diz que o paciente não precisa ter vergonha de perguntar tudo o que deseja ao médico que acompanha o caso. “O especialista está lá para isso, para não deixar o paciente com dúvidas, para orientar sobre dietas, suplementos e outras terapias alternativas que ele possa ter lido a respeito e queira usar. Perguntar não ofende, não tenha receio de falar o que pensa, o que quer, o que alguém te falou que faz bem. O que não pode é prejudicar o tratamento por uma omissão de informação”, diz.

Os boatos na internet só aumentam essa procura pelo que seria “certeiro na cura do câncer”. “Basta uma palavra no Google que aparecem várias fórmulas milagrosas para curar o câncer. A maneira que temos de tratar a doença é a informação correta, o cuidado com a saúde, o diagnóstico precoce, seguir o tratamento prescrito. Com a evolução dos exames rastreadores da doença, as chances de cura são bem maiores hoje, o desespero não vai ajudar em nada. Quanto mais o paciente desperdiçar energia com coisas que não agregam, menos ele terá para focar em si, no tratamento e na recuperação”, pontua.

Para o oncologista, o grande desafio da oncologia hoje é desmistificar o senso comum de que câncer é sinônimo de morte. “Toda doença que ameaça a vida assusta em um primeiro momento. Mas não se pode focar neste estigma, a medicina evolui dia a dia, novas terapias surgem e também temos feito diagnósticos cada vez mais precoces. Se você ouvir algum boato, receber no whatsApp alguma receita milagrosa ou ouvir do vizinho o que deve fazer, entre em contato com seu oncologista e divida com ele a informação. Ele saberá te orientar se aquela informação procede ou se não passa de um boato”, orienta.

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